quinta-feira, 5 de janeiro de 2023
Copacabana, meu amor.
domingo, 20 de fevereiro de 2022
Nem todo Carnaval tem seu fim.
Já era madrugada quando eu te olhei e vi constelações inteiras em você. ja era tarde, foi tarde e como diria Cortázar; a sua... e somente a sua boca foi eleita entre todas, com soberana liberdade, eleita por mim para desenhá-la com a minha mão. E assim como Andrômeda, eu caminho tênue para colidir em você.
Existem seus beijos , suor e saliva em outros corpos e pouco me importa, amor. desde que você não se esqueça de que semana que vem tem Carnaval.
Carnaval na nossa cama.
E se você quiser, essa será a nossa festa. E eu, que não pertenço, posso prometer te pertencer nas noites de Solstício de verão e te relembrar, meu bem. Que apesar do cosmos, do mar e de tudo que não podemos explicar, eu deixo você ficar.
terça-feira, 23 de novembro de 2021
O Retorno de Saturno
Era meio dia quando eu abandonei meus vicios, quando eu me comportei e te ofereci tudo que o vulgo descente deve propor. Eu me despi dos meus poemas de secanagem, eu voltei as 19h para o jantar. Eu comprei um carro. Te fiz um jardim e aos domingos assisti seus filmes.
Eu redecorei a sala
Te comprei flores e te fiz o jantar
Adotei seus gatos e cachorros
Eu coloquei meus discos em um canto, e te levei para ver aquele musical brega.
Eu vesti blazer para ir a um bar.
Era sexta a noite e os botecos da cidade me procuraram e eu prontamente desliguei o telefone.
Eu posso dizer que esses momentos foram importantes porque você estava lá e esse não é um texto de arrependimentos
Mas eu não fui mais a praia e nem pintei um quadro
Eu não li mais Bukoswki
Eu não escrevi
Eu não fui mais ao cinema. Nem mararonei os filmes do Tarantino
Eu não fui mais tomar um café a tarde e ler meus livros do Stephen
Eu não fui mais ao parque em um domingo de manhã
Eu joguei fora meus charutos e nunca mais coloquei para tocar aquele disco do Mingus
Não comprei mais meu Bourbon
E nada disso foi culpa sua.
Eu de bom grado me anulei e não me notei.
Mas mulher eu não pertenço a esse lugar de mesas limpas e lustres bonitos. Porque eu gosto do caos, eu gostos dos bêbados, putas e vagabundos. Eu gosto dos botecos e de música podre.
Eu gosto dos que queimam, dos que não tem medo de arriscar, dos que desejam, se jogam e aceitam a queda mesmo que debruçados numa mesa de bar, mas com um bom whisky
Eu quero ver o mundo em chamas, eu quero a minha cama tão quente quanto o Katla
Porque é no estrago que nos encontramos, que nos reconhecemos e veja bem, isso sim faz sentido afinal.
Tu disse que Kerouac era um louco e é dessa loucura que o mundo precisa
"porque, para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo, e por fim né sāo aqueles queimam como fabulosos fogos de artifício, explodindo como constelações "
Então o engano é meu, eu não sou mulher para tu, e tão pouco acho que sou mulher de alguém ou para alguém.
Essa é minha maldição ou minha glória e a um consenso entre minha insanidade e sanidade, no final da noite, elas voltam chapadas e se fodem. e é sempre uma boa noite!
segunda-feira, 20 de setembro de 2021
É tempo de Verão
Um dia tudo passa amor, só não o medo de por descuido olhar
para trás
Um dia tudo virá pó de estrelas e existirá em outro tempo
Um dia eu e você não fará mais sentido, e muito menos aquela
música de Nando e Roberta
Um dia, será só mais um dia sem você.
terça-feira, 15 de junho de 2021
Belíssima
quarta-feira, 17 de março de 2021
Fragmentos
Eu precisei, mulher! Não foi por maldade, talvez por
fraqueza e posso culpar esse whisky barato que acabo de terminar e dizer foi
por saudade...
Foi para ler sobre você. e descobrir um pouco mais sobre mim
E depois desse coma, amor. de passar por tantos dias, meses e anos sem querer pensar ou entender. De simplesmente sobreviver eu dou meu primeiro suspiro de paz, caminho tênue por esse quarto que poderia dizer ‘’ tem alguns metros quadrado’’. Não muitos, minha matemática é ambígua e destroçada, mas sei te dizer com exatidão por quantos dias e anos eu amei você. mas caminho firme e apesar de ‘’alguns metros quadrado’’, te digo, essas palavras me levam a outra dimensão.
‘’até o último momento
esperei que você me chamasse pelo telefone. Que você fosse ao aeroporto.
Casablanca, última cena. Todas as cartas de amor são ridículas. Esse lugar
confuso de que fala Caetano. E eu estava só começando a entrar num estado de
amor por você. Mas não me permiti, não te permiti, não nos permiti. ’’
Hilda nos compreenderia, né? ''a enorme incoerência. De desamar, amando. E te
lembrando’’
De tu sim, eu personifico a minha frase feita de; Almas predestinadas
se encontram e reencontram.
Que não te falte poesias, amor
Que não te falte beijos
Jantar ou café a mesa
Que não te falte abraços e cuidados com suas lamúrias e
disfarces
Com suas dores e tempestades
Que não te falta cartas e telefonemas
Que não te falte morangos, ou aquele seu prato preferido
Que não te falte cigarros e sorrisos
Que a minha falta te abandone quando esse poema acabar
Que nos teus espaços, traços e linhas
Cores te (re)invente
‘’mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim.
p.s.: Te escrevo,
enfim, me ocorre agora, porque nem você nem eu somos descartáveis. E amanhã tem
sol.’’
terça-feira, 6 de outubro de 2020
505
Meu amor essa noite eu voltei para casa
Como a muito tempo não fazia. Eu deixei meus sapatos no
canto da porta, larguei meu maço de cigarros na sua mesinha e coloquei 505 do
Arctic Monkeys para tocar
E entrei não só nua dos pés, mas também da alma, fui ao encontro de ti, me surpreendi ao ver que eu ainda era tua e você minha.
E eu te amei, amei tua existência que para mim já não era simbólica. era vivida e me devorava
E eu me vi tão feliz...
E depois vi nosso lamento, e tentamos, amor. Guardar todos
os beijos, abraços e riso, como quem tenta guardar o vento.
Noite dessas depois tanto remoer, e me deixar dissolver te
entregando assim, tão passivamente a outro ser. Eu pude ver, meu bem...
E quero te contar minha menina, nosso amor é uma paisagem estática que foi esculpida pelo tempo. Eu volto vez em quando, deixo meus sapatos no
canto da porta, meus cigarros na mesinha, coloco 505 para tocar. e outra vez
sou tua.
Já está amanhecendo. Quando você volta, amor?
domingo, 2 de agosto de 2020
O Preço
Mais um boteco, mais uma mulher, mais uma noite, mais uma semana, e quando acordarmos já terá se passado um ano
Mais um carnaval
Mais um aniversário
Mais cinco anos
E quando nos reencontrarmos já terei 30
E meus 17?
E toda aquela coragem e euforia?
E aquele emprego que eu queria?
E meus planos de ir morar numa casinha em Avaré? Que poderia ser até de sapê
E aquela cachoeira que visitaríamos?
E aquela viagem para Paris?
E aquele bar que você ficou de me levar?
E Embu das Artes?
E aquele encontro que marcamos á tarde?
E aquele filme que iríamos ver?
E aquele jantar na sua casa?
E aquela mulher que eu deixei?
E nós?
Eu mergulhei no pouco que tive de você, tão raso que nem consegui molhar a ponta dos pés.
Eu poeta de bar preenchendo mais uma folha com minhas palavras sujas que não servem a ninguém.
Minha menina, eu errei em muitas coisas, inclusive quando tentei achar qualquer sinal de amor em seus olhos, o tempo foi cruel. Engenheiros do Hawaii acertou quando disse que o preço que se paga às vezes é alto demais.
É… nada de anormal, amanhã ela vai voltar, nem que seja para dizer adeus ou nunca mais. Essa é a parte subentendida da música. nossa música, que agora depois de anos consigo ler as entrelinhas.
Mas numa coisa eu acertei, nesse mundo com tantas pessoas, amores e fodas, encontros e despedidas, eu sei, você nunca me esquecerá
Não ouso dizer que seja por amor ou luxúria
Eu te dei o calibre, eu te dei seu melhor e pior lado, eu te dei tudo e quer saber? Foi de graça.
terça-feira, 21 de julho de 2020
De Encontro ao Desencontro
Nos desencontros da vida, eu juro
que queria saber, meu bem.
Em que dia
nos perdemos, em que madrugada nos esquecemos.
Em qual
esquina e mesa de boteco eu perdi você.
Em qual
estação do ano aquela música deixou de ser nossa. e eu que gostava tanto de
ouvi-la na sua voz.
Eu juro que
queria saber em que tempo as horas te levou, e o nosso amor empoeirou e virou
um enfeite esquecido na estante.
Eu
congelaria aquele instante, só para mapear as marcas do tempo em tua pele e
encontrar um caminho de volta, para tu que é o meu lar.
Minha
menina, te esquecer foi meu maior pesar, e minha maior calúnia contra o
universo, eu fui rebelde e sem propósito deitei-me em outras camas, e até acho
que amei outras mulheres, mas foi dos teus beijos que nunca me esqueci.
Essas não
são palavras de lamento, eu juro que não. É só que no meio da minha bagunça,
das coisas que não me sangram, dos devaneios e até prazeres, eu ainda te olho
com olhos de amor.
Amor para
ti, e vai-te porque eu sei, nosso tempo passou, mas como naquela canção démodé,
eu não poderia deixar de dizer… "E se o tempo for te levar eu sigo essa
hora e pego carona, pra te acompanhar…"